Clic!

Clic!
E assim se formou a humanidade...

O PROCESSO DE ENSINO-APRENDIZAGEM E SUAS DIFICULDADES NA DISCIPLINA DE HISTÓRIA

Toda prática de ensino traz implícita em suas ações uma ideologia e o ensino da História não foge a essa regra, o problema ocorre quando essa ideologia afasta o aluno e desperta nele um verdadeiro horror pelo estudo da disciplina. No caso da História isso não ocorre raramente quando esta surge como disciplina ensinável, na França do século XIX, tem como objetivos formar cidadãos para a Pátria sob a hegemonia burguesa para tanto era necessário retomar o passado em busca de uma base comum formadora de identidade nacional.

É dentro desse contexto que a escola positivista surge legitimando para a história seu campo e método. Segundo Tourinho:

O positivismo estabelece como legado científico três noções fundamentais (que terão amplo respaldo na História): a idéia do método experimental e dedutivo como única forma de conhecimento do real; a perspectiva do desenvolvimento linear do processo histórico, gerando a idéia de progresso técnico como pressuposto fundamental de perfeição social; e a concepção de conhecimento ligado à descrição e relação externa dos fenômenos sociais. Os próprios fenômenos sociais são tomados pelo positivismo como ocorrências reais palpáveis e mensuráveis, imanentes na realidade.
[1]

A escola metódica Rankiana também vai direcionar o ensino da História por logos anos, é dela a concepção de neutralidade do historiador e a super valorização dos documentos oficiais.

Para ele, a História seria uma forma de conhecimento do passado tal como aconteceu, cabendo ao historiador apenas e tão somente, relatar tais acontecimentos, evitando, sempre que possível as pré – noções, forçando, desta forma, ‘a eliminação, tanto quanto possível de pontos de vistas pessoais que desfiguram o verdadeiro conteúdo.
[2]

Esses pressupostos influenciaram e ainda influenciam o ensino da História hoje, de modo que esta passa a ser vista como um estudo exclusivamente do passado e que se fecha em fatos isolados. Essa visão constrói para o aluno, a noção de um passado isolado em si sem influencia alguma no presente ou relação com a realidade sua realidade, tal falta de identificação (ouso até afirmar de subjetividade) torna os conteúdos, estes sempre vistos de forma linear e cronológica, baseado principalmente na periodização política numa cadeia de causa e conseqüência, enfadonhos e decorativos.

Mas com a ascensão da escola dos Anales as concepções Rankiana e Positivistas são substituídas e a visão de História toma outras direções, aproximando-se de uma subjetividade.
Esse modo de fazer história permite analises das mentalidades, do social, do cultural... A velha concepção de uma história feita apenas por documentos oficiais privilegiando heróis abre espaços para uma História de sujeitos comuns que são tão importantes para o processo Histórico quanto os grandes nomes políticos.

São essas novas visões e métodos de História que permite se repensar o ensino desta. Começa-se a valorizar uma multiciplidade de conhecimentos e valores de modo que as experiências dos sujeitos, bem como as práticas e representações culturais, são elementos fundamentais no processo de ensino aprendizagem.

No pensar de Thompson a experiência:

[...] compreende a resposta mental e emocional, seja de um individuo ou grupo social, a muitos acontecimentos inter-relacionados ou muitas repetições do mesmo tipo de conhecimento [...] A experiência entra sem bater à porta e enuncia mortes, crises de subsistência, guerras de trincheiras, desemprego, inflação, genocídio. Pessoas estão famintas: seus sobreviventes têm novos modos de pensar em relação ao mercado. Pessoas são presas: na prisão pensam de modo diverso sobre as leis.
[3]

Em outras palavras, não podemos desassociar do ensino as experiências dos alunos, já que a história é o próprio estudo das experiências humanas. Nesse sentido ensinar História passa a ser um meio para o individuo captar e valorizar as diversidades das fontes das opiniões, dos saberes...
Bom na próxima nós continuamos...
_________________________________________________________________________
[1] TOURINHO Jr., Washington. Do uno ao múltiplo: teoria subversão e sentidos no livro didático. 2002. 208 f. Dissertação (mestrado em Educação) – Universidade Federal do Maranhão, São Luís, 2002. P. 45
[2] Id., ibidem. P.47.
[3] THOMPSON, E. A miséria da teoria ou um planetário de erros. Rio de Janeiro: Zahar, 1981 p.15.

Evoeh...

Depois de tanto tempo hibernando nos desertos do tempo voltamos para dá o ar de nossa a graça e revitalizar o nosso clube,
Durante esse período longe das “garras da net” muitos foram os acontecimentos e muitas as experiências adquiridas, que com enorme prazer vem compartilhar com vocês. O objetivo do clube continua o mesmo, vamos fazer o conhecimento circular e propagar a idéia que a construção do conhecimento histórico, pode sim ser divertida e estimulante.
Este é um espaço aberto, portanto critiquem, discordem, apresentem-se, exponha suas idéias.
Sejam bem vindos (novamente ao nosso Clube) ^_^
Evoeh a todos.